Eurofarma vai produzir hormônio injetável para Aspen

    As vendas do Durasteston ficaram suspensas por cerca de um ano

    O laboratório sul-africano Aspen Pharma fez um acordo com a brasileira Eurofarma para a produção do Durasteston, medicamento para a reposição de testosterona. O presidente da Aspen no Brasil, Alexandre França, disse que a brasileira começou a produzir o medicamento no fim do ano passado e com isso, a empresa pode retornar as vendas do remédio que ficou suspensa por cerca de um ano.

    “Desde que compramos o produto da Merck, em 2017, tínhamos um estoque de segurança. Mas é difícil fazer isso para mais de um ano. Até a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar um novo fabricante demanda tempo. Ficamos um ano sem o medicamento no mercado”, disse França.

    O executivo informou que serão produzidas por mês 400 mil unidades do medicamento e as vendas devem atingir a metade desse volume, 200 mil unidades. “Como o medicamento é lider em sua categoria, quem faz uso contínuo fica com receio de desabastecimento e sempre compra mais que o necessário. Por isso, nesse primeiro momento, a comunicação junto aos médicos está mais estruturada”, afirmou o presidente da Aspen.

    Como é um hormônio injetável, França explicou que o contrato com a Eurofarma foi necessário em função da falta de estrutura em sua fábrica instalada na cidade de Serra, no Espírito Santo. “Não conseguimos produzir esse medicamento. Aliás, não há muitas unidades fabris no Brasil que são aptas a fabricar hormônios”, esclareceu o executivo.

    O executivo ressaltou que com o retorno do Durasteston no mercado brasileiro e o aumento das vendas do antiácido Magnésia Bisurada, o faturamento da subsidiária brasileira deverá chegar a US$ 120 milhões, alta de 10% no comparativo com a receita apurada em 2019.

    A Aspen Pharma comprou o antiácido da Pfizer no ano passado e se tornou a segunda no ranking dessa categoria. Ele passa a Hypera, dona do Estomazil. A primeira em vendas é a GSK, com o Sonrisal. O valor do negócio não foi informado, mas considerando que tradicionalmente se avalia uma linha duas ou três vezes as vendas do medicamento para fechar um preço, estima-se que a Aspen tenha gastado de R$ 60 milhões a R$ 90 milhões na aquisição. A Magnésia Bisurada tem receita em vendas de R$ 30 milhões. “Começamos a vender o medicamento no segundo semestre do ano passado. Nesse período, já conseguimos aumentar a receita de vendas em 12%”, disse o executivo.

    A subsidiária da Aspen completou 10 anos no Brasil. Das 80 linhas de medicamentos comercializadas no país todas foram adquiridas ao longo desse período. Foi pelo menos uma linha de medicamento por ano. “Continuamos com a estratégia de crescimento por meio de aquisição. Estamos olhando alguns ativos”, afirmou França.

    Segundo o executivo, a estratégia da companhia é a compra de linhas de medicamentos maduras que tenham boa aceitação no mercado, mas que demandem um esforço maior em sua promoção. “Fazemos o negócio e conseguimos focar nossos esforços de venda nessas linhas. Para se ter uma ideia, quando compramos o Leite de Magnésia Phillips as vendas desse medicamento subiram de 300 mil unidades por mês para 550 mil mensais. Isso em quatro anos.”

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